Grite quando lhe pedirem silêncio.



Esta poesia é um grito.
Um grito de um poeta profano
Que acha que tudo que é noticiado na televisão é mentira.

Um grito de um ser que de tanto se emudecer
Acabou ficando louco sem querer.
Quando digo louco,
Quero dizer daqueles que já não aceita regras,
Já não aguenta mais chamar ninguém de senhor,
Já não vota, já não crê, já duvida de tudo que lê e que vê.

Sabe aquele trabalhador de sol a sol,
Que tenta fazer o máximo do salário mínimo,
E que não ouve um “por favor” o dia todo?
Esta poesia é o seu grito!

Sabe aquela senhora que mora no alto da colina,
De pele escura, face amarga,
E que sozinha tem que sustentar seus filhos?
Esta poesia é o seu grito!

Sabe aquele paraplégico
Que tenta fazer um simples passeio pela rua com sua amiga de duas rodas,
Mas anda desmotivado,
Pois o seu percurso mais parece uma trilha na selva,
Já que inúmeros são os seus obstáculos perigosos?
Pois então, esta poesia também é o seu grito!

Grite ao mundo os seus dissabores,
O eco de sua voz poderá trazer a cura das suas dores.

 Bruno Rico.

3 comentários:

Literoscópio disse...

Lembrou-me Descartes.
Duvida de tudo, menos de que podes pensar.
Real ou não este comentário, nesta madrugada uma garota em busca de um grito de reflexão digitou no google 'blog reflexivo' e caiu aqui nesta página! E resolveu deixar um grito de agradecimento, por não ter tido uma noite em vão!

Luis Sick disse...

Compartilho do mesmo coração anarquista e da mesma descrença da realidade e gostaria de compartilhar um poema meu que nasce provavelmente dos mesmos sentimentos:
http://pormuitosentir.blogspot.com.br/2012/04/segunda-feira.html

Anônimo disse...

Muito bom mesmo! Mas, porém, ando meio que fatalista, acho que as coisas não vão melhorar... é assim e sempre será, só nos resta a lamentarmos, porém ser fazer parte desse rebanho que marcha de calças jeans e camisa branca todos os dias sem rumo, sem reflexão. Enfim...a

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