Parábola taoísta pt.1 - Viver como as flores


Hoje darei início a exposição de algumas parábolas taoístas que gosto muito, me ajudam a refletir bastante, e já me ajudaram de inspiração para muitas poesias. O mundo precisa refletir mais, muito mais. Vamos dar um tempo para nós mesmos.
E nunca se esqueça: Sabedoria vale mais do que inteligência.


Viver como as flores.  

Um dia um discípulo perguntou a seu mestre:
-Mestre, como faço para não me aborrecer? Algumas pessoas falam demais, outras são ignorantes. Algumas são indiferentes. Sinto ódio das que são mentirosas. Sofro com as que caluniam.

-Pois viva como as flores! Advertiu o mestre.

-Como é viver como as flores? Perguntou o discípulo.

-Repare nestas flores - continuou o mestre apontando os lírios que cresciam no jardim. - Elas nascem no esterco, entretanto são puras e perfumadas. Extraem do adubo malcheiroso tudo que lhes é útil e saudável, mas não permitem que o azedume da terra manche o frescor de suas pétalas.

-E como eu aplico isto, Mestre?-curioso perguntou o discípulo

-É justo angustiar-se com as próprias culpas, - prosseguiu o mestre- mas não é sábio permitir que os vícios dos outros o importunem. Os defeitos deles são deles e não seus. Se não são seus, não há razão para aborrecimento. Exercite, portanto, a virtude de rejeitar todo mal que vem de fora. Isso é viver como as flores.

Corre que ainda dá tempo.


Não fique parado!
Mova-se mesmo que seja rumo ao chão,
Beijar a lona não é sinal
Do fim de uma luta,
Aproveite que o adversário
Pensa que você está acabado
E acabe com ele!

Não tenha medo da queda,
Não tenha medo de perder,
Não tenha medo de ter medo,
Isso é normal,
O medo sempre impulsionou grandes vencedores.
Mas não queira vencer nada,
Pois uma vitória
Quer dizer que uma guerra acabou,
E ela nunca acaba.
Ao invés de querer vencer,
Queira apenas soltar
Um largo e sincero sorriso
Ao final de uma árdua batalha,
Depois você me diz
Se isso não é a verdadeira vitória.
E por falar em sorriso...
Sorria mais,
Experimente doar
Um sorriso cintilante para alguém que sequer imagina
Que alguma coisa ainda brilha nesse mundo.

Se você incomoda alguém
É sinal de que você é importante,
E se você não incomoda ninguém
É sinal de que você também é importante,
Mas, além disso, é sábio,
Pois não serás alvo da famigerada inveja.

Não cultive desafetos,
Não queira que queiram a sua vida,
Mostre aos invejosos
Que você não tem uma vida perfeita,
E que nem quer ter,
Eles entenderão o recado
E darão uma ênfase maior a própria vida,
Que é o que eles sempre
Deveriam ter feito.

Seja falso com os falsos se for preciso,
Mas aos verdadeiros, doe-se por completo.
Sobre isso eu posso alertar:
Nunca confie em quem não lhe olha nos olhos.

Procure viver sem
Se julgar um ser de grande importância,
A partir daí você verás
O quanto é valioso.

Pule, dance, corra, arrisque,
Emudeça-se e depois grite,
Tente tudo que ainda não tentou,
E se algo parecer monótono,
Faça uma coisa simples: agite!

Não tema uma onda gigante
Só porque sua prancha é pequena,
Surfe com a alma,
Agigante-se diante da onda que
Insiste em lhe amedrontar,
Se preciso deixe o mar te levar,
Com certeza ele te guiará
Para um belo e magnífico lugar.

Não tema amores novos
Pelos traumas causados
Por amores antigos,
Pois amores antigos
Não foram amores, no máximo paixões,
Pois amor de verdade nunca é antigo, é eterno.
Ame o novo como se fosse a primeira vez,
Vai que de fato é realmente a primeira vez?
Se você ficar com medo
Vai morrer achando que amor
É aquela coisa pífia que te fez sofrer e chorar no passado.
Nunca ache que seu coração já viveu de tudo,
Deixe que ele te mostre
O poder do novo,
Mesmo que para você pareça velho.

E quando finalmente o seu coração
Se cansar de tentar qualquer coisa,
Ele irá avisar, e você certamente saberá,
Mas infelizmente não poderá fazer mais nada,
Pois ele irá parar de bater,
Não bombeará mais sangue, muito menos sentimentos
Para suas veias.
Mas enquanto isso não acontece
Faça tudo que for possível fazer,
Só não faça o que o primeiro verso disse:
Não fique parado!

Bruno Rico.

Eu escrevi isso tudo para lhe dizer que ainda dá tempo. De quê? Não sei, me diz você.