Poesia de baixo calão.


Eu não ando bem,
E não existe ninguém que me entenda
Nesta merda de mundo.

Dizem que pode ser crise existencial;
Crise existencial é o caralho!
Eu não tenho esta porra,
Eu sou mesmo é um fudido incompreendido
Cercado por mentecaptos filhos de uma boa puta
Que acham que o mundinho deles é um exemplo a ser seguido.

Terra de bandidos!
Os bons por aqui são banidos
E os incompetentes é que são promovidos.
Tem horas que paro, analiso e reflito,
E vejo que está todo mundo tomando no cú todo dia
E tem gente que ainda vive rindo.
Rir do que é engraçado é sadio,
Mas rir do que não tem a menor graça
É no mínimo doentio.

Mas que se foda,
Está tudo certo (pelo menos assim pensa a maioria).
Às vezes eu acho que o único que
Se preocupa com essas merdas sou eu.
O pior é que isso me deixa puto,
Mas foi como eu disse no início:
Eu não ando bem,
E não existe ninguém que me entenda
Nesta merda de mundo.

BrunoricO.

* Poesia expelida em um momento crítico de raiva com tudo que me cercava e ainda me cerca.

Estereótipos.

No céu o sol brilha mais que olhar apaixonado.
Na rua dois sujeitos caminham
E logo em seguida entram em uma agência bancária;
O primeiro aparentemente descuidado,
E o segundo visivelmente requintado.

Eis o primeiro:

Cabelo crespo,
Corpo franzino e pele preta.

Cabeça baixa,
Olhar distante e feição acobardada.

Voz voraz,
Palavras de baixo calão e discurso evasivo.

Vestimenta pouca,
Chinelo no pé e no pescoço um cordão.

Eis (perante a sociedade)
O estereótipo do ladrão.

Eis o segundo:

Cabelo grisalho,
Porte robusto e pele clara.

Cabeça erguida,
Olhar resoluto e feição impoluta.

Voz envolvente,
Palavras persuasivas e discurso rebuscado.

Vestimenta adornada,
No pulso um relógio suíço
E no pé um sapato que é um primor.

Eis (perante a sociedade)
O estereótipo de um doutor.

Dentro do banco, na surdina, ocorria um assalto,
Foi tudo muito bem planejado,
Nem chegou a ter mãos para o alto.

Após o ocorrido, o primeiro saiu do banco,
Foi quando a polícia imediatamente
Parou-lhe com um bordão:
Mãos para o alto negão!

Enquanto isso,
O segundo saía da agência bancária
Com a maleta do assalto na mão.

BrunoricO.